Nhoque de Batata Doce do Alexandre Bronzatto

Impossível não pensar em um almoço em família no Dia dos Pais, não é mesmo? Mesmo que este ano o encontro seja um pouco adiado por conta da pandemia, em breve poderemos comemorar esta data com os nossos pais.

Pensando nisso, a Zahil convidou o Alexandre Bronzatto, eleito Chef da Quarentena pela Veja SP – Comer & Beber, para partilhar conosco uma receita de família que harmonize com dois vinhos produzidos por outra linda família, os Caporali, da Tenuta Valdipiatta, na Toscana.

Deu curiosidade? Confira a história e a receita abaixo

 

N H O Q U E  D E  B A T A T A – D O C E  D O S  M E U S  P A I S

Texto por Alexandre Bronzatto

Instagram: @bronza

Alexandre Bronzatto família 2Na cozinha afetiva da minha infância, nhoque tem um lugar especial. Os da minha mãe, feitos com batata-doce, sem meias palavras, são os melhores que conheço. Pode parecer estranho falar de um prato associado à minha mãe no Dia dos Pais, mas já explico essa parte.
Minha mãe costumava preparar nhoques aos domingos, em meio àquela confusão característica dos almoços tardios de famílias de origem italiana. A gente até ajudava, principalmente espremendo as batatas, mas o ponto da massa, ou seja, a quantidade de farinha de trigo, sempre ficou por conta exclusivamente dela.
É aí que entra o papel fundamental do meu pai. Apenas um parêntese, para vocês terem ideia, na cozinha ele é mais conhecido pela disposição e capacidade de lavar a louça. Sabe preparar ovo e bacon fritos, rabanadas e talvez algumas poucas coisas mais, que agora nem me recordo.
Então, embora não seja reconhecido pelas habilidades na cozinha – e, sim, pelo bom-humor e positividade inabaláveis, além da facilidade de contar histórias e divertir a todos à mesa –, meu pai teve uma contribuição fundamental para os nhoques de batata-doce da família: como ele sempre se queixou dos outros por serem muito pesados e firmes, minha mãe se especializou em elaborar a massa dela com pouquíssima farinha.
Alexandre Bronzatto família baixa e1627067511751O resultado, acreditem, são nhoques absolutamente macios e leves, que se desfazem na boca e viraram um dos pratos símbolos da minha infância e dos almoços em família.
Hoje em dia sigo a receita da minha mãe – ou melhor, dos meus pais – e preparo os nhoques com minhas filhas, sempre lembrando da lição de pegar leve com a quantidade de farinha de trigo.
Como são apenas três ingredientes (batata, farinha de trigo e ovo), o segredo é caprichar na técnica e na qualidade dos produtos. Existem inúmeras versões de nhoque por aí, e cada cozinheiro jura de pé junto que só fica bom se fizer de determinada forma. Pessoalmente, acho que existem vários jeitos de acertar e compartilho com vocês, a seguir, o jeito da nossa família.

R E C E I T A 
Por Alexandre Bronzatto
@bronza
Rendimento: 4 porções

INGREDIENTES

  1. Batata-doce – 800g
  2. Ovo – 1
  3. Farinha de trigo – 80g-100g
  4. Sal – 15g

PREPARO

  1. Coloque as batatas em uma panela grande, complete com água e bastante sal. Cozinhe em fogo baixo até ficarem macias.
  2. Leve as batatas em uma assadeira ao forno a 160-180C por cerca de 20-30min.
  3. Ainda quentes, corte as batatas ao meio e passe no espremedor, descarte as cascas.
  4. Em uma tigela grande coloque metade da quantidade da farinha e as batatas espremidas. Misture para começar a homogeneizar a massa e esfriar um pouco e, assim, não cozinhar o ovo.
  5. Acrescente o ovo ligeiramente batido e misture.
  6. Coloque aos poucos mais farinha, sem exagerar, só até a massa soltar da tigela.
  7. Passe a massa para uma bancada enfarinhada.
  8. Amasse, se necessário polvilhe mais farinha e, um pouco antes de dar o ponto, pare de colocar farinha.
  9. Evite colocar farinha em excesso na massa. Quando ela esfriar, vai firmar e ficará mais fácil de manipular. Se tiver muita farinha, ficará pesada e dura.
  10. Polvilhe a bancada com farinha de trigo, retire uma porção de massa e faça rolinhos.
  11. Corte os rolinhos a cada 2cm. Se quiser, passe em um garfo ou em tábuas próprias para formar ranhuras.
  12. Transfira os nhoques para uma travessa grande polvilhada com farinha. Reserve.
  13. Cozinhe em água abundante, escorra e sirva com molho de tomates e manjericão.

Dicas:

  • pouca farinha (menos de 1/3 do peso das batatas) e pouco ovo (1 a cada 800g de batata);
  • cozinhar as batatas com casca em água salgada
  • assar as batatas em fogo baixo para secar;
  • passar as batatas pelo espremedor ainda quente;
  • quanto menos farinha, mais macios os nhoques;
  • não demorar muito para cozinhar os nhoques depois de prontos, mas tampouco cozinha-los imediatamente após o preparo.
  • cozinhar os nhoques em panela grande, com muita água fervente

 

TENUTA VALDIPIATTA

MG 1872“A minha Shangri-La”, é como Giulio Caporali chamava a Tenuta Valdipiatta, um reduto escolhido a dedo e cuidadosamente restaurado por ele aos pés da colina que abriga a cidade de Montepulciano.

Sua filha, Miriam, concluiu a conversão dos vinhedos à cultura orgânica e sustentável e a produção recebe a consultoria de Eric Boissenot, um dos principais enólogos de Bordeaux da atualidade. Seus vinhos são refinados, complexos, que representam ao mesmo tempo a região e a paixão dos Caporali pela Toscana.

 

Tosca Chianti Colli Senesi

Miriam Caporali e seu pai esperaram ansiosamente para poder produzir um Chianti até conseguir um lote de vinhas que finalmente consideraram adequadas. Tosca, uma homenagem à Toscana e a Puccini, é um Chianti que surpreende pela qualidade, equilíbrio e pela sua capacidade de se desenvolver belamente com o tempo em garrafa.

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